O turismo nacional começou o ano com alta de 22,9% em comparação a janeiro do ano passado, influenciado principalmente pela aviação, que cresceu 60,6% no contraponto anual. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). De acordo com o levantamento do Conselho de Turismo (CT) da Entidade, o faturamento das empresas do turismo, em janeiro, alcançou R$ 15,3 bilhões. Embora o setor tenha sido prejudicado pela variante ômicron, a movimentação de turistas em razão do período tradicional de férias escolares ajudou a impulsionar o resultado do mês, além da base fragilizada de comparação.
No primeiro mês de 2022, quase 8 milhões de passageiros foram transportados nos aeroportos – alta de 22,9% em relação ao mesmo período de 2021. Contudo, o crescimento do setor aéreo segue 13,6% inferior ao patamar pré-pandemia. Os serviços de alojamento e alimentação, os segundos maiores do turismo, obtiveram alta de 14,7% na comparação anual, mas estão 19,2% abaixo do nível de faturamento pré-crise sanitária. As atividades culturais, recreativas e esportivas registraram crescimento anual de 10,4%. Este é o grupo que está mais abaixo do patamar de janeiro de 2020 (-21,6%), e, como muitas empresas acabaram fechando durante o período, a recuperação aos níveis anteriores à pandemia ainda deve demorar para acontecer.
O grupo de transporte terrestre, que envolve ônibus intermunicipal, interestadual e internacional, além de trens turísticos, cresceu 8% no comparativo anual. A motivação para este aumento foi a alta das passagens aéreas, que levou os consumidores a viajar para outros municípios e Estados de ônibus. O grupo de locação de veículos, agências e operadoras de turismo registrou leve alta de 2,6% no mês, na comparação com janeiro do ano passado. Por fim, o transporte aquaviário, que subiu 12,9%, foi o único segmento que superou o patamar de janeiro de 2020, com variação positiva de 18,3%. Entretanto, por ter o menor faturamento do setor, a influência no desempenho geral é quase nula.
Base mais equilibrada em abril
Para a FecomercioSP, o resultado de janeiro do faturamento das empresas do turismo se beneficiou da base de comparação fragilizada e do fato de muitas famílias terem realizado viagens no mês de férias escolares, mesmo com o aumento expressivo de casos da ômicron. Como o auge dos casos ocorreu entre janeiro e fevereiro, o impacto acabou sendo dividido entre os dois primeiros meses. A partir de abril, no entanto, a base de comparação começará a ficar mais equilibrada, o que dará condições de avaliar, de forma mais precisa, o desempenho do setor no País.
Mesmo com o cenário mais favorável, é importante ressaltar que o crescimento fraco e os juros e a inflação elevados devem diminuir o ritmo de alta do setor. Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, será muito importante manter a atenção na disponibilidade de recursos no orçamento das famílias para as viagens de lazer, bem como na autorização orçamentária nas empresas para realização de eventos e viagens de negócios.
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.