Interação com as redes sociais deverá ser a estratégia dos programas dos
A interação com as redes sociais, com a produção de conteúdos que podem ser utilizados em várias plataformas, deverá ser a principal estratégia do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, que começa hoje. Com o crescimento da importância da internet na campanha, a tendência é que partidos e candidatos utilizem as formas tradicionais de comunicação para alavancar a audiência de seus perfis, sem limite de tempo.
O horário eleitoral vai até o dia 29 de setembro, três dias antes do primeiro turno (2 de outubro). Em caso de segundo turno, será transmitido de 7 a 28 de outubro. Entre os candidatos ao governo no Paraná, Ratinho Júnior (PSD) terá o maior tempo, de 6 minutos e 31 segundos no rádio e na televisão. O candidato da Federação Brasil Esperança (PT, PCdoB e PV), Roberto Requião, terá 2 minutos. Ricardo Gomyde (PDT) terá 57 segundos e a candidata do PSOL, Professora Angela, contará com 31 segundos.
Para Fernanda Musardo, especialista em mídias sociais que presta assessorias para campanhas, o “peso viral” da internet e a liberdade que a rede proporciona será essencial, mas as linguagens tradicionais e modernas devem dialogar. “Elas são complementares. Há um reflexo na internet de um programa, debate ou sabatina”, diz Fernanda. “A entrevista com o (Jair) Bolsonaro no Jornal Nacional teve uma reverberação que se prolongou. E muitas pessoas que estavam na internet foram para a TV acompanhar”.
Fernanda avalia que os candidatos com mais estrutura (e recursos) tendem a atuar melhor de forma conjunta. “O candidato com uma assessoria melhor geralmente consegue fazer esse complemento. A propaganda começa no rádio e na TV, mas termina na internet, com a transmissão de um vídeo completo”.
A TV e o rádio, para a especialista em marketing digital, tendem a funcionar mais para candidatos a cargos majoritários (presidente, governador e senador), que têm mais tempo de exposição. “Todo mundo quer aparecer, nem que seja por alguns segundos, até para reforçar o nome e o número. Mas uma campanha para deputado não tem tanta expressividade quando comparada com a internet. Candidatos a cargos majoritários acabam tendo um uso maior”.
Um exemplo de migração das campanhas tradicionais para as mídias sociais, aponta Fernanda Musardo, é o uso dos jingles. “Um exemplo clássico são os jingles e vinhetas, que surgiram no rádio. Eles têm força grande na internet e podem ter uma aderência maior”.
A aposta em formas modernas de comunicação foi indicada em um estudo apresentado em julho na faculdade Uninter, de Curitiba. Em 2018, os 32 partidos que participaram da eleição geral investiram 61,8% de seus recursos destinados à comunicação (ou R$ 157.614.611,25) em estratégias modernas, como material para internet e programas sofisticados de televisão. Tendência que deverá ser mantida neste ano, avalia a coordenadora do estudo, a professora e cientista política Karolina Roder.