Após 60 dias, não foram encontradas falhas nem vulnerabilidades nos equipamentos.
Durante 60 dias, pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) fizeram testes nas urnas eletrônicas que estarão nas salas de votação em outubro. Ao final, não encontraram falhas nem vulnerabilidade nos equipamentos e atestaram que elas são seguras.
Os testes foram feitos também por pesquisadores da Unicamp e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O convênio entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a USP foi assinado em outubro do ano passado e, desde então, a universidade entrou para a lista das instituições que buscam formas de aprimorar o sistema e testar a segurança das urnas.
Urnas eletrônicas no Tribunal Regional Eleitoral do RN — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
A primeira barreira de segurança é o fato de elas não serem ligadas à internet. Isso torna um ataque ao sistema quase impossível.
Para os testes, cinco urnas físicas foram enviadas pelo TSE junto com todas as informações do código-fonte, que faz a máquina funcionar, e de todos os testes já feito com ela.
As urnas testadas são dos modelos criados em 2015 e em 2020. As mais novas têm teclado maior, processadores mais rápidos e o equipamento dos mesários têm teclas virtuais. Mas o maior interesse dos pesquisadores é no interior dos equipamentos, nos componentes e no programa das urnas, e nas tentativas de mudar os comandos eletrônicos para alterar votos.
Marcos Simplício, vice-coordenador do convênio TSE-USP, afirma que, durante os testes, “ela [a urna] simplesmente para no ponto correspondente. Dependendo do teste, ela desliga, fica parada numa tela de falha. Depende do tipo de modificação feita”, quando o sistema era manipulado pelos pesquisadores.
Wilson Ruggiero, coordenador do convênio, destacou que, no período, 15 pessoas ficaram mergulhadas nessa busca por eventuais vulnerabilidades, mas nenhuma brecha foi encontrada. “Normalmente o que a gente faz: idealiza o modelo do atacante, então o atacante visa certos alvos, vai procurar certos achados que eventualmente possibilitariam que ele fizesse um ataque com sucesso. E dentro deles encontrará vulnerabilidade, que é quando você acaba violando o sigilo do voto ou a própria integridade. Seria o grande problema. E nessa busca, com todas as informações, não encontramos nenhuma vulnerabilidade.”
Rafael Azevedo, coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, disse que os resultados dos testes são mais uma garantia da segurança do voto eletrônico brasileiro.
“Estamos sempre na vanguarda da segurança, utilizando métodos cada vez mais avançados de segurança, e tanto o fato de a gente nunca ter tido um registro de fraude quanto essas análises comprovam a segurança da urna. E agora, com a USP e mais duas universidades que fizeram também colaboração, demonstra que o sistema é bem seguro.”
Fonte: https://g1.globo.com/