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sábado, novembro 23, 2024

Nicole Silveira se torna segunda melhor brasileira em Jogos Olímpicos de Inverno com 13º lugar no skeleton em Beijing 2022

Brasileira fecha com chave de ouro um mágico ciclo Olímpico. Jovem alemã Hannah Neise conquista o título, australiana Jaclyn Narracott é prata e neerlandesa Kimberly Bos é bronze

Primeira representante do Brasil no skeleton nos Jogos Olímpicos de Inverno, Nicole Silveira conquistou um resultado histórico para o país em Beijing 2022 neste sábado, 12 de fevereiro, no Centro de Esportes de Pista de Yanqing, com a 13ª colocação, 2s86 atrás da campeã Olímpica Hannah Neise, da Alemanha.

Esta é a segunda melhor marca da história do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno. O país compete no evento desde Albertville 1992 e, até PyeongChang 2018, teve 35 representantes.

No snowboard cross, Isabel Clark Ribeiro foi nona colocada em Turim 2006 (melhor marca brasileira), 19ª em Vancouver 2010 e 14ª em Sochi 2014. As únicas outras atletas brasileiras que terminaram no top 20 nos Jogos de Inverno foram as bobsledders Fabiana Santos e Sally Mayara da Silva, cuja dupla foi 19ª em Sochi 2014. Portanto, Nicole é dona do melhor resultado brasileiro em esportes de gelo.

Praticante do skeleton há apenas quatro anos, Nicole viveu um mágico ciclo Olímpico. Já no top 20 no Campeonato Mundial no início de 2021, ela foi oitava colocada no evento-teste em Yanqing e campeã da Copa América sem disputar as últimas etapas. A brasileira então se testou contra as melhores do mundo na Copa do Mundo e conquistou uma nona colocação em Altenberg, na Alemanha, em dezembro de 2021, antes de Beijing 2022.

Na terceira descida da competição, neste sábado, Nicole perdeu uma posição em relação à 14ª que tinha após as duas primeiras descidas. No entanto, ela se recuperou na quarta.

“Foi uma jornada curta, mas de muito aprendizado. Se meu treinador me dissesse quatro anos atrás que eu terminaria em 13ª em uma Olimpíada, eu ia dar risada”, disse Nicole ao Sportv.

Nicole Silveira mira pódio em Milano-Cortina 2026

Se nos seus quatro primeiros anos no skeleton, Nicole Silveira conseguiu chegar entre as 15 melhores do mundo, é inevitável projetar onde ela pode estar em Milano-Cortina 2026. Inicialmente, o objetivo é ambicioso: uma medalha.

“Com certeza o pódio é o objetivo [para 2026]. Ontem, na primeira descida, eu tinha potencial para estar no top 5. Se continuar me desenvolvendo desse jeito, os próximos quatro anos serão muito especiais”, disse a brasileira. “No primeiro ano o objetivo era chegar aqui, não sabia se ia para 2026. Agora é certeza que vou continuar e quem sabe 2030. Não tenho data final”.

Apesar de achar que o top 10 era possível, Nicole sabe que superou expectativas em Beijing 2022. “Sou muito competitiva, então sempre quero fazer melhor. Mas fico muito feliz com o desempenho, foram quatro anos que eu aprendi muito rápido. Meu treinador anota os objetivos e ele sempre diz que estamos sempre um passo a mais”, afirmou.

“O que eu consegui aprender e consegui fazer aqui me mostra que eu tenho potencial, tenho muito ainda a aprender. Estou muito animada para as próximas temporadas, já quero começar de novo”, acrescentou.

Há muito tempo longe de terras brasileiras, Nicole conseguiu sentir o carinho da torcida do outro lado do planeta. “Às vezes não acredito que trouxe o Brasil para cá. Eu estar em todos os canais no Brasil, nunca imaginaria isso acontecer. Não caiu a ficha, não sei quando vai cair”, comentou. “Espero que essa empolgação não pare assim, que ela continue e que a gente consiga mais atletas. É um grande feito que estou parando para processar”, finalizou.

Jovem alemã e australiana superam líder do ranking

Com apenas 21 anos, a alemã Hannah Neise conquista é a campeã Olímpica de Beijing 2022, com tempo de 4min7s62, o primeiro ouro do país no skeleton feminino. Ela havia sido prata nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Lillehammer 2016. Neise já havia conquistado seis medalhas em Copas do Mundo e terminou em nono no ranking nesta temporada.

“É surreal. A ficha não caiu. Vai levar um tempo. É uma sensação incrível”, disse Neise, que comemorou ser a primeira alemã campeã Olímpica do skeleton. “Significa muito, especialmente para as atletas do skeleton. Não tivemos muitas medalhas [no esporte] nos últimos anos e estamos orgulhosos de representar nosso país e federação”.

A Alemanha dominou os esportes de trenó até o momento, ganhando os quatro ouros do luge e os dois do skeleton. Ainda restam os quatro do bobsled, em que são favoritos no masculino.

Grande surpresa da competição, a australiana Jaclyn Narracott, 31, é a primeira medalhista Olímpica da Austrália no skeleton. Em sua participação anterior, em PyeongChang 2018, ela havia sido 16ª. Sua primeira vitória em Copas do Mundo aconteceu justamente na última etapa desta temporada antes de Beijing 2022, em St. Moritz, na Suíça.

“Não tinha nada a perder. Sabia que se eu estivesse relaxada e sentisse o que venho sentindo nos últimos três meses, eu estaria bem”, disse Narracott.

A australiana é sobrinha de Paul Narracott, primeiro australiano a competir nos Jogos Olímpicos de Verão (atletismo) e Inverno (bobsled) e esposa do britânico Dom Parsons, bronze em PyeongChang 2018 e seu treinador.

“Palavras não são capazes de descrever. Nós [Austrália] nunca havíamos ganhado uma medalha em esportes de trenó… criar seu sonho duas vezes em duas corridas, não fica melhor que isso”, comemorou.

A neerlandesa Kimberly Bos, primeira do ranking na Copa do Mundo na atual temporada, sobe ao pódio Olímpico pela primeira vez, quatro anos após um oitavo lugar em PyeongChang 2018. Ela teve uma recuperação fantástica durante a competição, pois havia feito apenas o 10º tempo na primeira descida.

“É insano. Eu não tive uma boa primeira descida hoje e foi um caminho longo de lá de trás até o pódio”, disse.

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