Em 15 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil, e felizmente a tecnologia tem revolucionado a medicina oferecendo mais segurança e melhor qualidade de vida aos pacientes. Nesta mesma proposta está a startup brasileira Luckie Tech, empresa criada pelo Joel de Oliveira Júnior, que perdeu o filho Lucas para um neuroblastoma. Por meio de sua experiência como engenheiro, resolveu ajudar pessoas que passam pela mesma situação e, dessa forma, tentar mudar a história dessa luta: salvando vidas a partir de um atendimento mais rápido.
Lucas que teve o diagnóstico com um ano de idade, lutou bravamente por um ano e meio, mas infelizmente não resistiu à doença. No entanto, a ideia do Joel surgiu há 4 anos, após um sonho inspirado pelo menino, e desde então o engenheiro tem se dedicado, investido todos os seus recursos na criação do dispositivo capaz de evitar a morte por infecções do paciente oncológico.
A healthtech que já participou do BNDS Garagem, Web Summit e é finalista do projeto de inovação NTT DATA Foundation e recentemente da Batalha das Startups, utiliza o que há de mais avançado em tecnologia para a redução da taxa de mortalidade entre crianças em tratamento contra o câncer. A solução está sendo preparada para a fase de testes em cerca de 200 pessoas, e o próximo passo será receber a certificação da Anvisa.
O dispositivo desenvolvido pela Luckie Tech é equipado com sensores, bateria, antenas e circuitos e lembra um curativo adesivo que deve ser colocado na axila da criança. O gadget integra e comunica, por meio de uma plataforma digital – inclusive com aplicativo – dados do paciente com a família, médicos e hospitais, de forma online. O intuito é dar velocidade ao atendimento caso o paciente tenha alguma intercorrência diminuindo os custos com internações de UTI, por exemplo, e aumentar a qualidade de vida durante o tratamento.
A ferramenta conta ainda com um dashboard feito pela PROA.AI, empresa pioneira em inteligência artificial voltada a soluções para atendimento, que envia alertas do estado de saúde em tempo real, e a localização atual do paciente. Em caso de febre, ou queda de temperatura (hipotermia) torna possível a celeridade na assistência, a tempo de combater intercorrências.
“Nosso objetivo é oferecer uma solução simples e acessível para garantir o bem-estar e afastar riscos durante o tratamento de câncer em crianças e adolescentes. Quero desenvolver aqui no Brasil algo que seja fácil e relevante. É isso que me dá alegria e forças para seguir trabalhando no projeto, além de dar a possibilidade a outros pais de não sofrerem como eu sofri”, explica Joel.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), os números são alarmantes, a estimativa para o período 2020 a 2022 é de 8.460 casos novos da doença por ano em crianças abaixo de 19 anos, que é a faixa etária pediátrica. Desse total, 4.310 atingirão meninos e 4.150, meninas. Mas a boa notícia é que além do surgimento de novas tecnologias que estão sendo estudadas para otimizar a vida dos pacientes, caso seja diagnosticado precocemente, o câncer infantil tem taxas de cura de até 80%.
“Podemos usar a tecnologia para fazer o bem às pessoas. Acredito que isso é o que me move, move a Luckie Tech e tantas empresas e pessoas parceiras que acreditam na nossa ideia. Penso que sem um propósito, a tecnologia, e a nossa própria vida se tornam vazias”, enfatiza Joel. A empresa está em busca de investidores para os próximos passos do projeto.