– É um esporte que tem uma plasticidade e uma intensidade muito grandes, que envolve pessoas jovens. Você vê um amor muito grande dos praticantes do esporte, uma identificação, um amor enorme por aquilo que estão fazendo. É um esporte que precisava realmente se organizar. Vindo essa proposta, vamos fazer competições estruturadas, dando o melhor para os atletas e para as pessoas que estão assistindo. É um passo a mais levá-lo para outras pessoas conhecê-lo. Estamos nos estruturando internamente, com profissionais qualificados que estão vindo para somar. Para nós, poder alcançar esse nível de esporte olímpico seria de suma importância – conclui.
Altinha, um esporte para todos
A pluralidade é um dos pontos que transformam a altinha em uma modalidade tão comum nas praias do Rio de Janeiro. Com uma bola, duas pessoas e uma pitada de habilidade, a bola está no ar. As inúmeras “rodinhas” à beira da água fazem parte do cenário do Rio de Janeiro – e já existe até escolinha para quem quer aprender a praticar ou se aperfeiçoar no esporte.
Elie Benaderet comanda a Escola de Altinha Posto 9, em Ipanema. Ele ministra aulas para pessoas de idades variadas e chama a atenção para a presença das mulheres, em grande número dentre seus alunos.
– A procura pelas aulas vem aumentando. Eu achava que era meio a meio, mas a mulherada tomou conta. A sociedade, anteriormente, afastava a mulher da bola, mas elas estão tomando o espaço, aprendendo, jogando e participando. Eu trabalho com pessoas de 12 a 65 anos. É um esporte fácil de ser praticado. Estamos nos profissionalizando nos campeonatos, as regras vão se adaptando, aumentando os patrocínios. Hoje, há grandes empresas contratando a altinha como aula aos seus funcionários, gerando saúde e bem estar a eles.
A influencer digital Ana Heckert é uma das adeptas da Altinha como lazer e exercício físico, afinal, a atividade melhora a concentração, a capacidade aeróbica, a coordenação motora e a interação social. Seja na praia de Itacoatiara ou em Ipanema, a jovem está sempre praticando e participando de campeonatos da modalidade.
– Eu comecei a jogar pedindo para entrar nas altinhas na praia. Eu não sabia nada. Só tinha homem, eles não gostavam muito porque eu era perna de pau. Eu insisti, fui aprendendo. É muito bom, é um exercício físico, eu amo. Sinto trabalhar o corpo inteiro, é uma sensação gostosa, você sua bastante. Na altinha, trabalho o equilíbrio, tem que jogar coma a perna semiflexionada, tem o posicionamento do corpo, das mãos, que fazem a gente se equilibrar e jogar melhor. Os campeonatos são divertidos também, é uma mistura de emoções, de não errar, de manter a bola no alto, fluindo, porque a pontuação é em cima de uma “trick” (manobra) que você faz e do tempo que a bola fica no alto.