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sábado, novembro 23, 2024

No Dia Nacional da Cachaça, “Cataia do Pier” completa dois anos

Preparada através da mistura de uma boa cachaça branca com a folha de uma erva medicinal, cuja árvore dá nome a bebida, a Cataia vem dia-a-dia ganhando mais degustadores no Brasil e no mundo. A planta é encontrada em uma faixa de terreno alagado e de difícil acesso na Barra do Ararapira, a 40 quilômetros da Ilha de Superagui, litoral norte paranaense.

Conta a história que em 1985 o pescador Rubens Muniz resolveu misturar as folhas de Cataia, originalmente usada na comunidade como chá ou erva anestésica, com cachaça. O sucesso da bebida se espelhou pelas redondezas, que também ficou conhecida como “uísque caiçara” ou “uísque da praia”.

Foi em 1988 que o jornalista e publicitário Pierpaolo Nota provou pela primeira vez a Cataia. “Lembro-me até hoje, foi em Superagui, em um jantar na casa de pescadores amigos. O sabor da bebida me chamou atenção. Desde então, onde encontro provo Cataia, buscando novos sabores e formas de misturar a bebida”, diz Nota.

Foto Divulgação

QUALIDADE – Buscando chegar à Cataia ideal, em 2019 o jornalista resolveu produzir sua própria bebida, a “Cataia do Pier”. “Já curtia sempre uma ou duas garrafas, mas resolvemos produzir 800, foi um desafio. Utilizamos um método totalmente artesanal, desde a inclusão das folhas até o lacre, o que torna cada garrafa especial, um produto único”.

Mas segundo ele, o segredo desses dois anos não é só esse. “Começa pela escolha da cachaça utilizada, a da Cataia do Pier vem de Luiz Alves, cidade catarinense referência na produção da bebida. Depois tem que saber como curtir a folha. Fazemos isso em dois tempos: primeiro em um grande garrafão, por seis meses. Depois, engarrafamos a bebida pronta com nove folhas de Cataia, para que ela se renove dia-a-dia dentro da garrafa, não pare de evoluir”.

A folha da Cataia – Foto Divulgação

LEGALIDADE – Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a extração de Cataia no Parque Nacional do Superagui fica restrita à comunidade do Ararapira e em caráter excepcional, já que a árvore se encontra em uma unidade de proteção integral.

Atualmente só quem tem autorização para colher as folhas são as representantes da Associação de Mulheres da Barra do Ararapira. “Colhemos a planta no meio do mato, o que fazemos com muito cuidado. Diferente de muita gente que vem aqui, arranca quase a árvore inteira e vai embora”, desabafa Edna Aparecida Santana, presidente da entidade, denunciando a extração predatória.

“Esse é outro diferencial nosso, sempre fizemos questão de produzir a “Cataia do Pier” com folhas ‘legalizadas’. Foi necessário ir até a Barra do Ararapira conhecer o trabalho dessas mulheres, verdadeiras guerreiras, para que pudéssemos começar a adquirir o produto diretamente delas”, explica Nota.

ORIGEM DO NOME – Cataia em tupi-guarani significa “folha que queima”. Entre os botânicos a planta é mais corretamente denominada Pimenta pseudocaryophyllus – Myrtaceae.

Para conhecer mais da “Cataia do Pier”, acesse cataiadopier.com.br, @cataiadopier ou mande e-mail para cataiadopier@gmail.com.

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