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segunda-feira, maio 20, 2024

No Centro, chafariz lembra a época de água abundante, mas difícil de conseguir

Pouco notado em meio à paisagem urbana do Centro, um elemento convive com pelo menos seis gerações de curitibanos e lembra uma época em que não havia torneiras nas casas da cidade. É o chafariz ou repuxo da Praça Zacarias, um dos mais antigos monumentos da cidade. Com 150 anos de história, é um dos tesouros do bairro, que faz parte da Regional Matriz.

Nascido de uma ideia do engenheiro negro Antônio Rebouças Filho, sua finalidade era facilitar o acesso da população local a uma fonte de abastecimento de água potável. O chafariz foi o primeiro encanamento de água de abastecimento do Paraná  e chegou à Zacarias (então Largo da Ponte) em 1871. Naquele ano, no dia 8 de setembro, começou a encher os baldes dos moradores e as pipas das carroças dos entregadores de água. A canalização partia de onde hoje fica a Praça Rui Barbosa (à época, Praça da Misericórdia).

Na época da instalação, Curitiba tinha menos de 13 mil habitantes e a então Praça da Misericórdia, de onde a água brotava, era pouco frequentada. No Largo da Ponte, de maior tráfego de pessoas, o acesso era mais fácil. Ia até lá quem não podia pagar pelo serviço ou não tinha empregados para buscar a água. Os mais abastados esperavam pela visita dos chamados aguadeiros ou pipeiros, que também faziam fila em frente às torneiras do chafariz.

O monumento

A peça era um obelisco instalado sobre uma base hexagonal e com quatro torneiras ao seu redor. Em volta dele, uma bacia quadrada coletava a água excedente e a devolvia ao Rio Ivo. Para impedir a aproximação de animais, pesadas correntes em torno do conjunto eram sustentadas por colunas de granito.

Segundo o boletim da Casa da Romário Martins de 2007, o chafariz funcionou até 1910, quando teve início o fornecimento de água encanada. Sem função, foi desmontado e ficou quase 30 anos longe dos olhos do público. Recuperado, foi instalado no Museu Paranaense em 1939 e lá permaneceu até o final da década de 60.

Somente em 1968, quase 60 anos depois da remoção da praça, voltou a ocupar seu lugar no endereço primitivo – então como monumento definitivamente incorporado à paisagem da cidade.

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