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segunda-feira, abril 29, 2024

Covid-19 derruba economia da China em abril; confira os dados chineses que assustaram o mercado

Com os lockdowns nos últimos dois meses, a produção e as vendas chinesas despencam além do esperado, e a divulgação de números piores traz a cautela de volta ao foco hoje

Vírus são seres complicados. A facilidade com que esses agentes infecciosos podem criar novas variantes com uma simples modificação genética é de assustar qualquer um, inclusive Xi Jinping. Afinal, a Covid-19 não só contaminou centenas de milhões de pessoas, como também infectou a economia da China, que entregou os piores indicadores em dois anos nesta segunda-feira (16).

Atingir as metas econômicas através de estímulos do governo chinês enquanto encara o pior momento da pandemia do coronavírus com uma rígida política de Covid Zero no país não é uma tarefa simples — e pesou sobre as vendas, a produção industrial e o desemprego.

A divulgação de dados chineses piores que o esperado pelo mercado trouxe a cautela de volta ao foco dos investidores hoje, com as bolsas internacionais operando em queda nesta manhã.

Vendas no varejo chinês

A começar pelas vendas no varejo, o principal índice dos gastos das famílias chinesas.

Na luta para diminuir os casos de Covid-19, o país instituiu lockdowns em março e abril, confinando tanto trabalhadores quanto consumidores em casa.

Ou seja: menos gente na rua pra fazer compras e menos funcionários nas fábricas para produzir os itens.

Com essa quarentena, a atividade econômica caiu bruscamente em abril, com recuo de 11,1% em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

Trata-se da maior queda no indicador desde março de 2020 e o segundo mês consecutivo de contração. As vendas ainda diminuíram em relação a março deste ano, quando tiveram baixa de 3,5%.

Além de ter vindo pior neste ano, o índice superou a projeção dos economistas consultados pelo The Wall Street Journal, que esperavam uma baixa de apenas 5,4% no mês passado.

Produção industrial na China

Ainda como consequência dos lockdowns, a produção industrial da China caiu em abril. O indicador teve recuo de 2,9% na comparação anual, abaixo das expectativas dos economistas, que projetavam um crescimento de 1%.

A derrubada na produção também foi vista na comparação mensal, uma vez que o dado avançou 5% em março.

A produção das fábricas recuou 2,9% frente ao mesmo período do ano passado, também contradizendo qualquer esperança de crescimento.

Essa é a maior baixa do indicador desde fevereiro de 2020, com as medidas contra a Covid afetando as cadeias de abastecimento e paralisando a distribuição.

Desemprego e investimentos

Como se não bastassem os piores dados, a China por pouco não bateu o recorde de desemprego urbano em abril. O indicador avançou de 5,8% em março para 6,1% no mês passado.

A taxa ficou próxima da máxima histórica de 6,2% vista em fevereiro de 2020, quando os primeiros impactos da pandemia atingiram a economia chinesa.

Já o investimento em ativos fixos — isto é, a base de Pequim para sustentar a economia conforme as exportações desaceleraram — subiram 6,8% entre janeiro e abril de 2022.

Isso representa um ritmo menor do que o esperado pelo mercado, que projetava um aumento de 7,2% no comparativo ano a ano.

Setor imobiliário da China

Sejamos sinceros: o setor imobiliário da China não está vivendo a sua época de ouro. Tanto ele quanto a construção representam mais de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) chinês. Porém, em abril, a situação piorou.

As vendas de moradias na China tiveram queda de 32,2% entre janeiro e abril de 2022 em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado.

A contração veio ainda pior que o recuo de 25,6% registrado no primeiro trimestre deste ano.

Esse é outro indicador afetado pela forte onda de covid-19 enfrentada pelo país atualmente, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS).

As construções iniciadas (residenciais e de propriedades comerciais) tiveram queda de 26,3% no primeiro quadrimestre na base anual. Até março, a baixa acumulada era de 17,5%.

Com isso, o banco central chinês (PBoC) decidiu mexer em até 20 pontos-base na taxa de hipoteca, na tentativa de trazer o setor de imóveis de volta à vida.

O PBoC manteve algumas taxas de juros inalteradas nesta segunda-feira, mas reduziu o limite mínimo de taxas de hipoteca para compradores do primeiro imóvel.

Negócios

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