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quinta-feira, março 28, 2024

Economia brasileira e desafios do novo governo são debatidos em evento

Webinar contou com a participação de Pedro Calhman, secretário de política econômica do Brasil

“Nós estamos passando por um momento muito positivo na economia brasileira em termos de criatividade, com vários novos marcos regulatórios em setores significantes e um pujante setor de private equity e venture capital que tem atraído investimentos doméstico e internacional. Nosso mercado é importante na América Latina e isso não deve mudar”, afirmou Sueli Bonaparte, presidente fundadora da Brasil-Flórida Business Council, Inc, em evento realizado pela organização no último dia 09 de junho (quinta-feira).

O webinar “Cenário Econômico Brasileiro: Perspectivas e Oportunidades”, reuniu nomes renomados do mercado financeiro: Pedro Calhman de Miranda, secretário de política econômica da Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia; Oscar Decotelli, diretor administrativo e CEO da DXA Invest; e Alberto Ramos, diretor administrativo da Goldman Sachs.

Mediado por Paulo Vieira da Cunha, sócio da Verbank Consulting LLP, ex vice-governador do Centro Banco do Brasil, o evento apresentou os pontos de vista dos palestrantes sobre o cenário econômico em 2022-2023, bem como os desafios que o novo presidente eleito enfrentará na sua administração, e as implicações e oportunidades para os investidores domésticos e internacionais.

De acordo com Paulo Vieira, não podemos ignorar o momento crítico que o país está passando. A partir de uma perspectiva econômica, é muito claro que a guerra na Ucrânia e essas incertezas do futuro, vão trazer uma preocupação inusitada, e do ponto de vista de investimento, o resultado eleitoral de outubro poderá fazer uma grande alteração de cenário em relação ao que acontece nas regras fiscais e tributação.

O país teve uma queda significativa na renda per capita nos últimos anos e atualmente possui baixas taxas de investimento, representando apenas 5% do nosso PIB. Essa pequena taxa está relacionada com as incertezas da associação fiscal, e as medidas tomadas pelos governantes para o orçamento e receitas para conter a inflação.

“Se tivermos 0,5% de crescimento do PIB, ainda sim existe a oportunidade para encontrarmos eficiência e novas oportunidades para empresas americanas. Por isso, acredito que existe uma possibilidade enorme de promover mais relações entre Brasil e Estados Unidos, parceiros tão importantes há vários anos”, completou Sueli Bonaparte.

O Banco Central tomou medidas que começam a ser sentidas, mas não existe certeza de que a inflação será contida, e isso afeta os eleitores à medida que se aproxima das eleições. Os mercados de capitais dos EUA estão aquecidos e o mundo também tem expectativa dessa nova fase da infraestrutura no Brasil, mas o quadro do momento é de incerteza, apesar da grande oportunidade que o Brasil tem em enfrentar esse desafio a curto prazo.

Para Pedro Calhman, o Brasil se recuperou na economia após esse período do Covid-19, ainda que tenha tido problemas que afetaram o desemprego e o mercado econômico. “Projetamos crescimento de 5% em 2022, e 2,5% em 2023”.

No primeiro trimestre a economia brasileira cresceu 1% – resultado acumulado de 4%. Houveram expressivas recuperações no setor de serviços: investimentos; setor de máquinas e equipamentos; setor agrícola e de mão de obra, sendo o maior desde 2016.

Essa melhora vai de encontro com a melhor distribuição dos gastos do governo e os esforços em reduzir impostos, os custos de transporte, e a redução temporário de produtos que foram afetados pela economia global de fornecimento.

O crescimento sustentável a longo prazo também passa pelas mudanças estruturais apresentadas pelo governo e pelas parcerias públicas privadas que permitem maior caixa e criação de investimentos em infraestrutura.

Soma-se isso às diversas reformas de legislações e de capital de crédito dos setores produtivos para beneficiar empreendedores de pequenas e médias empresas.

“Apesar do progresso alcançado, o congresso está analisando uma série de medidas que pode deixar uma herança negativa para a próxima administração. Esse problema na área fiscal foi um problema sério no Brasil e que de uma certa forma assusta ou afasta potenciais investidores, principalmente no nosso mercado de valores” finaliza Calhman.

Tony Volpon, Oscar Decotelli e Alberto Ramos discorreram e concordaram sobre o quadro desafiador da macroeconomia do Brasil, e o quadro agravado pelos problemas globais e endêmicos, e o baixo crescimento do PIB local em comparação a outros países.

A inflação alta acaba gerando o acúmulo de demandas e suprimentos, e ofertas disponíveis, que podem desencadear o custo de vida até 2023. O potencial de baixo crescimento a longo prazo e a política restritiva do Banco Central afeta ainda mais o desempenho da economia e a baixa em investimentos e estrutura.

De acordo com os palestrantes, será importante o novo presidente saber lidar com a alocação de recursos e o destino das receitas junto aos ajustes fiscais necessários e a mentalidade na competitividade à inflação.

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